[post #018] Hiato

I don’t feel good don’t bother me.
I won’t write my poem till I’m in my right mind.

Allen Ginsberg

Caros leitores, este blog entrará em um hiato por algum tempo… com sorte algumas semanas.

Dear readers, this blog will enter in a hiatus for some time… with some luck, just for weeks.

 

 

   Quando fundei este espaço eu desejava produzir alguns textos teóricos paralelamente às ações de divulgação e registro histórico – razão pela qual este espaço tem o nome de “gabinete”. No entanto, é necessário reconhecer que isso não está acontecendo. Existem pelo menos dois textos em elaboração – e eu gostaria que eles fossem lançados antes da publicação das próximas entrevistas. Desse modo, as entrevistas que já estão concluídas ou em fase de edição serão seguradas até o devido lançamento dos textos críticos.

Entrevistas concluídas ou em conclusão

Vāmācāra

Noč

Entrevistas que não estão indo tão bem quanto eu gostaria

Sadness

Life’s Illusion

Entrevista que provavelmente nunca será concluída

Lebanon Hanover

Próximo artista/banda a ser entrevistado

Sanctus-I-Minus

Juan Queiroz

[post #016.66] Entrevista com a banda nacional de screamo/emoviolence/real emo Jovem Werther

VOZES DO SUBMUNDO

Entrevista com a banda nacional de screamo/emoviolence/real emo Jovem Werther

Em minhas [permanentes] buscas por sonoridades extremas [em especial com tons tristes ou depressivos] eu cheguei ao screamo [e ao powerviolence, na sequência] no ano passado – e, como sempre, logo comecei a procurar bandas nacionais defendendo o gênero. Em termos numéricos o resultado não foi dos melhores… mas em termos de qualidade! Nvblado talvez dispense comentários. Lado Esquerdo Vazio estava, e ainda está, em vias de despertar [e eu espero MUITO que isso aconteça AQUI]. E Jovem Werther… bem, quando eu cheguei a festa havia acabado – isto é, a banda tinha jogado a toalha. Achei aquilo muito injusto. Eu cresci na década de 80 e todos sempre vinham com aquela longa lista de bandas/artistas que perdemos, como Janis, Led, Doors e uma grande confraria de outros nomes. Com o passar do tempo a consciência das perdas aumentara: Joy Division, Cazuza. E com mais doses de tempo, estes grandes deuses do Olimpo musical deixam de ser as únicas estrelas que regem nosso destino – malucos como eu começam a se interessar por bandas/artistas/projetos menores, que talvez estejam tocando ali na esquina… E a Jovem Werther estava! Não era algo do tipo ‘nasci na década errada’ ou algo assim, foram umas 40 mil outras coisas… mas de toda forma, o som permanecia, claro…

Uns quatro meses depois, quando eu já havia dados os primeiros contornos a este espaço, resolvi escrever para os caras – afinal, se a página ainda estava lá alguém poderia ler. Minha ideia era fazer o necrológio da banda – contar retrospectivamente sua história, talvez divulgar alguma pequena anedota que, aparentemente, não fizesse sentido algum, mas que seria prontamente bem recebida pelos fãs, enfim, dar aos caras seu merecido lugar na história – esta banda que, como seu título sugeria, morreu jovem…

… e eu não apenas fui bem recebido, imediatamente, mas fui ainda surpreendido: eles estavam em vias de voltar à ativa! Eis que pequenos sinais de vida surgiram, na página da banda no FB: primeiro um vídeo e, poucas horas depois, o comunicado de que haviam voltado! Assim, ao invés de contar a história de banda que ‘havia se suicidado’, eu passei a acompanhar seu retorno!

Abaixo segue minha primeira entrevista com uma banda (!), feita [ainda] via FB. Como irão notar ao longo das perguntas as vozes se alternam, fiz o que pude para manter a conversa clara, espero que o resultado agrade os fãs…

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Acione a page da JW na Bandcamp e aperte o play!

5 de janeiro
Olá!
Procurei info sobre vcs na web mas não encontrei muita coisa – e sobretudo não encontrei nenhuma entrevista, nem anterior nem posterior ao post de encerramento.
Tenho um blog sobre música underground, bem pequeno, mas ficaria imensamente feliz em fazer uma entrevista, seja para falar sobre o fim do projeto ou não, tvz um histórico completo, sei lá, o que lhes parecer melhor.
Um abraço!
5 de janeiro
Jovem Werther
Olá, mano o/
Ficariamos muito felizes em ceder uma entrevista pra você. A banda está em estúdio passando os sons com um guitarra novo e logo logo vamos estar de volta com formação e material novo.

GM: Bom, galera então vamos lá.
Todo mundo sabe de onde vem o nome da banda, mas imagino que exista uma história, alguma dimensão conceitual envolvendo sua escolha. O que vcs podem nos dizer sobre isso???
(Ft vocalista): Na realidade é tudo muito simples cara, não existe conceito muito literário ou pseudo cvlt por trás da banda, consideramos a mesma o resultado de toda dor, catalisada em versos sonoros, eu mesmo nem me considero vocalista, boicoto qualquer tipo de palco, o que é expressado é somente o conjunto de vozes desesperadas por algo que as aflige.

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[post #015 – Interview with atmospheric black metal project GREAT COLD EMPTINESS

Voices from the underground

Interview with atmospheric black metal project

Great Cold Emptiness

 

It’s hard to don’t get impressed with Elksworth, the very young mind behind Great Cold Emptiness. I met him as just another fan of music, in FB, and then I was introduced to his ‘creative world’. To give you an idea, during our conversations he released his second book, release a new album of A Perfect Day, his post-rock/post-metal project, and pre-released a compilation and a brand new GCE album – now not alone, but with a band! So, take a time to seat around a campfire and hear some news about this great atmospheric black metal project: Great Cold Emptiness!

 

1494720 I strongly reccomend you to GCE page at Bandcamp  and listen to Violet mist & infrared stars before continue reading

 

GM: Fuck, I’m listening to Father Elk and it’so good!
Elksworth: Thanks dude!

GM: New release of GCE too… you’re a machine, man!
Elksworth: I am haha. Im 17 so i have lots of freetime.

GM: Free time is not the point, do you have a criative urge wich is admirable!
Elksworth: Thanks man  🙂
But I didn’t like the result of Father Elk.

GM: Really? Why?
Elksworth: idk really. it just wasn’t me. I much prefer what I’m doing now.

GM: You have seventeen but works a lot – released various music titles and are about to publish your second book. Thath is something very admirable – how it is possible????
Elksworth: Hahah, well I’ve been creating music since I was 12, and I have over the years evolved myself to new genres and styles, and completely immersed myself in the aesthetics of them. Writing and Music are the two most natural things to me, and thus, It is expressed with my creative outpost.

GM: Well, to the the past now: can you share with us your first musical memory?
Then, what was your age when you started to enjoy music in a conscient level – and, if possible, tell us what was the first record you bougth.
Elksworth: My first musical memory was when I was I started to really enjoy Progressive Rock and Electronic music. The first album I bought was Rush’s Test for Echo.

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[post #013.1] Entrevista com o projeto nacional de blackgaze GRAY SOUVENIRS

Vozes do Underground

Entrevista com o projeto nacional de blackgaze GRAY SOUVENIRS

 

GRAY SOUVENIRS é um projeto nacional de blackgaze que pode facilmente adentrar a galeria de imortais do gênero. Ele não apenas tem um sonoridade incrível, com guitarras pesadas atacando belíssimas linhas de teclado, como tem ainda vocais poderosos, intensos momentos melódicos e mudanças de tempo bastante interessantes. Em menos de um ano GRAY SOUVENIRS já conta com três lançamentos (além de um faixa avulsa muito especial) que mostram um crescimento significativo e apresenta todos os sinais de uma música que está aqui para ficar!

Putrefactus, o jovem homem por trás desta verdadeira parede sonora, foi muito receptivo e amável durante nossos conversas via FB. Nós conversamos sobre seus projetos paralelos, seu processo criativo e também sobre o futuro do projeto. Mais importante: ele nos permitiu conhecer, em primeira mão, a arte e, com exclusividade, o primeiro single de seu próximo lançamento, o álbum Serena.

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Acesse a página do projeto na Bandcamp

 

Putrefactus: A Gray Souvenirs surgiu quando eu ganhei minha primeira guitarra como presente de aniversário, então pode-se dizer que ela nasceu no mesmo dia do meu aniversário, 4 de fevereiro – só que de 2015. Na sua primeira formação a banda contou com a participação de Skymning (guitarras base) que após o lançamento de Ventos da Transcendência veio a deixar o projeto. Primeiramente, tinha em mente fazer um som mais voltado pro blackgaze/DSBM, porém com o passar do tempo as composições tenderam mais pro lado blackgaze, shogeaze e post-black metal com influências fortes de Alcest, Amesoeurs, Les Discrets, Lantlôs, Shyy e …(DotDotDot).

GM: Vc teve algum projeto musical antes disso?
Putrefactus: Sim, chamava-se Putrefolah, era um depressive rock inspirando em Apati, Happy Days entre outros.

GM: Este projeto tinha interação física ou era apenas virtual? Ele rolou de quando a quando?
Putrefactus: Era virtual, teve apenas um lançamento chamado Fade Way Forever e durou de junho de 2014 até fevereiro de 2015, quando comecei tinha 16 anos.

GM: Por favor, conte um pouco sobre a formação do seu gosto musical.
Putrefactus: Desde criança nunca me contentei com as musicas que me eram apresentadas, sempre procurava outras, fui apresentado ao rock por amigos de colégio aos 9 anos ouvia Gun’s N’ Roses, Deep Purple, Bee Gees e outros artistas. Porém quando fui ficando mais velho fui descendo os degraus, se é que você me entende. Passei a ouvir new metal aos meus 10/13 anos, bandas como System of a Down, Korn, Slipknot. Através da internet conheci bandas novas e fui me inclinando pro lado do power metal e symphonic black metal, onde passei a ouvir Rhapsody Of Fire, Angra, Shaman, Sonata Artica e através dessas conheci as primeiras bandas de black metal, que amo até hoje, Dimmu Borgir e Cradle Of Filth, daí foi uma estrada mágica até o post-black metal/shoegaze, gêneros que mais ouço hoje e entre os quais se encontram minhas bandas favoritas: Alcest, Deafheaven, Slowdive, My Bloody Valentine.

Então eu fiz uma pausa e escutei algumas faixas avulsas de Putrefolah no YT.

GM: Pelo que pesquisei, o álbum do Putrefolah não foi lançado oficialmente, certo?
Putrefactus: Exatamente. Acho que não tinha qualidade suficiente, apesar de ter sido feito com bastante zelo.

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[post #012.3.2] O melhor de 2015 – parte final

O melhor de 2015

parte final

Os melhores discos de 2015

   Apesar do atraso, eis que chego à minha lista dos melhores lançamentos do ano que se encerrou. A ideia de atraso, aqui, diz antes respeito ao tempo em que todos os outros blogs/sites publicaram suas listas – o que tem ocorrido muito cedo, na minha singela opinião. Não seria lógico aguardar o ano se encerrar para poder avalia-lo com maior propriedade? Não é esta a tendência geral: boa parte das listas foi lançada no começo de dezembro – e as mais tardias por volta do dia 20. E isso porque alguns seguraram suas seleções, aguardando o lançamento de Purple, do Baroness – e eu posso dizer que estive, até o presente momento, aguardando minha cópia em vinil do segundo álbum do Ghost Bath… mas bem, acho que já está bem tarde.

    Como foi destacado em praticamente todas as listas, 2015 foi um ótimo ano para a música e devo admitir que não foi nada fácil chegar a esta seleção – um segundo fator que contribui para meu ‘atraso’. Demorei bastante para tomar a liberdade de não me limitar a um número fixo… mas simplesmente mencionar todos os títulos realmente acima da média: ótimos, excelentes ou, pelo menos, excepcionalmente bizarros ou marcantes. Fiz uma única divisão – entre METAL e Não-METAL álbuns.

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[post #012.2 – O melhor de 2015 – pt 2 de 3

O melhor de 2015

Parte 2 – Como e porque ler listas de fim de ano

 

   Logo que fundei este espaço eu tinha em mente escrever um post sobre os blogs mais legais em atividade nos dias de hoje – tanto como uma forma de divulgá-los como, talvez mais importante, um meio de oferecer aos leitores novas fontes de músicas, visto que meu foco não é postar links para download. O termo ‘web’ é deveras apropriado porque existe um profundo diálogo entre uma verdadeira constelação de sites, dada a combinação infinitesimal da imensidão do universo cultural e das possibilidades de apropriação/apreciação/interpretação das ultramultifacetadas manifestações culturais.

   Por mais que uma pessoa esteja atualizada, não creio que ela consiga conhecer tudo o que é lançado nos dias de hoje, em termos musicais. Continuar lendo