Espaço de incentivo e suporte à música underground – fundamentalmente por meio de entrevistas originais, mas também por meio de matérias, reflexões e resenhas.
No dia 6 de fevereiro a Jovem Werther declarou, em sua page no FB: “black metal venceu o emo, nos perdoem” – acrescentando: “capitulo final: Epitomo I”.
Durante a conversa que tivemos com a banda, que você pode conferir na íntegra aqui, eles voltaram ao assunto: “a gente tem flertado muito com post-black metal. As composições serão um pouco mais pesadas do que os sons da demo. Mesmo assim ainda temos bastante influências de shoegaze em alguns sons”.
Poucos foram aqueles que compareceram à primeira apresentação da banda ao vivo, no dia 16 de abril – mas os presentes não apenas foram agraciados com uma apresentação emocionante como puderam conferir este passo adiante na trajetória da Jovem Werther! Além de repassar clássicos como Último farol, Saudade e Desisto, entre outras, a banda apresentou três músicas novas: a ‘intro’ Estrela decadente, Homem de lata e, como faixa de encerramento, Epílogo – faixa que apresentaremos aqui em primeira mão, notável por acrescentar vocais guturais à já carregada performance do grupo.
Devo dizer que passei boa parte de janeiro ainda envolvido com os álbuns de 2015, entretido com as listas de fim de ano que mencionei no post #012 – e que até tentei, mas não tive cabeça para encontrar novidades em janeiro. Fevereiro começou bem devagar, devo dizer, mas as coisas finalmente esquentaram e comecei a procurar novidades como um louco – até perceber, em março, que talvez eu precise rever essa compulsão por música… seja como for, tenho algumas novidades bem interessantes para compartilhar.
Post-hardcore criativo e cheio de energia. A clássica alternância entre passagens mais lentas abrindo espaço para investidas ganchudas – uma fórmula e tanto!
Sei que divulgar álbum de gravadora já consolidada, como a Sub Pop, pode parecer chover no molhado, mas este lançamento merece todo apoio. Psy indie rock com altas doses de Jefferson Airplane. Além do vocal cativante garanto que os solos de guitarra irão surpreender.
Invernium/Abisma – Personal coma [split album] (aqui a parte do Invernium, via Soundcloud – aqui a parte do Abisma, via BC)
Este artista de vanguarda compilou todos seus lançamentos anteriores neste único título. Entrevista em andamento, logo logo será postada por aqui!
Scorge & Juan Queiroz – Praeceptum DCLXVI [split] (escutar via YT)
Dois artistas bastante singulares em um lançamento (até agora apenas virtual) bem interessante. Enquanto Scorge alterna suas faixas entre um black metal mais atmosférico com sonoridades mais cruas e tradicionais, Juan Queiroz nos apresenta sua concepção psicodélica do black metal.
Dica do P., da Daydream: math rock/post-metal inacreditavelmente bem executado por um rapaz de meros 16 anos. Com vocais ficaria melhor – mas vale a pena ficar de olho.
Entrevista com a banda nacional de screamo/emoviolence/real emo Jovem Werther
Em minhas [permanentes] buscas por sonoridades extremas [em especial com tons tristes ou depressivos] eu cheguei ao screamo [e ao powerviolence, na sequência] no ano passado – e, como sempre, logo comecei a procurar bandas nacionais defendendo o gênero. Em termos numéricos o resultado não foi dos melhores… mas em termos de qualidade! Nvblado talvez dispense comentários. Lado Esquerdo Vazio estava, e ainda está, em vias de despertar [e eu espero MUITO que isso aconteça AQUI]. E Jovem Werther… bem, quando eu cheguei a festa havia acabado – isto é, a banda tinha jogado a toalha. Achei aquilo muito injusto. Eu cresci na década de 80 e todos sempre vinham com aquela longa lista de bandas/artistas que perdemos, como Janis, Led, Doors e uma grande confraria de outros nomes. Com o passar do tempo a consciência das perdas aumentara: Joy Division, Cazuza. E com mais doses de tempo, estes grandes deuses do Olimpo musical deixam de ser as únicas estrelas que regem nosso destino – malucos como eu começam a se interessar por bandas/artistas/projetos menores, que talvez estejam tocando ali na esquina… E a Jovem Werther estava! Não era algo do tipo ‘nasci na década errada’ ou algo assim, foram umas 40 mil outras coisas… mas de toda forma, o som permanecia, claro…
Uns quatro meses depois, quando eu já havia dados os primeiros contornos a este espaço, resolvi escrever para os caras – afinal, se a página ainda estava lá alguém poderia ler. Minha ideia era fazer o necrológio da banda – contar retrospectivamente sua história, talvez divulgar alguma pequena anedota que, aparentemente, não fizesse sentido algum, mas que seria prontamente bem recebida pelos fãs, enfim, dar aos caras seu merecido lugar na história – esta banda que, como seu título sugeria, morreu jovem…
… e eu não apenas fui bem recebido, imediatamente, mas fui ainda surpreendido: eles estavam em vias de voltar à ativa! Eis que pequenos sinais de vida surgiram, na página da banda no FB: primeiro um vídeo e, poucas horas depois, o comunicado de que haviam voltado! Assim, ao invés de contar a história de banda que ‘havia se suicidado’, eu passei a acompanhar seu retorno!
Abaixo segue minha primeira entrevista com uma banda (!), feita [ainda] via FB. Como irão notar ao longo das perguntas as vozes se alternam, fiz o que pude para manter a conversa clara, espero que o resultado agrade os fãs…
5 de janeiro
Olá!
Procurei info sobre vcs na web mas não encontrei muita coisa – e sobretudo não encontrei nenhuma entrevista, nem anterior nem posterior ao post de encerramento.
Tenho um blog sobre música underground, bem pequeno, mas ficaria imensamente feliz em fazer uma entrevista, seja para falar sobre o fim do projeto ou não, tvz um histórico completo, sei lá, o que lhes parecer melhor.
Um abraço!
5 de janeiro
Jovem Werther
Olá, mano o/
Ficariamos muito felizes em ceder uma entrevista pra você. A banda está em estúdio passando os sons com um guitarra novo e logo logo vamos estar de volta com formação e material novo.
GM: Bom, galera então vamos lá.
Todo mundo sabe de onde vem o nome da banda, mas imagino que exista uma história, alguma dimensão conceitual envolvendo sua escolha. O que vcs podem nos dizer sobre isso???
(Ft vocalista): Na realidade é tudo muito simples cara, não existe conceito muito literário ou pseudo cvlt por trás da banda, consideramos a mesma o resultado de toda dor, catalisada em versos sonoros, eu mesmo nem me considero vocalista, boicoto qualquer tipo de palco, o que é expressado é somente o conjunto de vozes desesperadas por algo que as aflige.
I don’t remember exactly how I get to this project – but it makes my head since the first hearing, with a singular mix of DSBM with shoegazer. It was not only great – was prolific too: in his Bancamp page I found 4 titles, all released this year. To talk with Lamond, the young one man behind everything, was a very special experience – a truly gentlemen’s talk, as you’ll se in the next lines.
GM: I’m a brazillian fan and I’m getting deep into your music.
Do do you live at Scotland, right?
L: Yes, I’m from Edinburgh, but I’m currently studying in Manchester, England.
Ele não tem idade legal para dirigir ou para comprar uma cerveja – mas há menos de dois meses lançou seu primeiro EP, Endless dreams (ainda independente), e está em uma corrida contra o tempo para lançar seu primeiro full antes de completar 18 anos.
Daydream é o projeto de um hom… digamos, um adolescente só, representando nosso país no cenário do post-metal e blackgaze com muita propriedade. Eu o conheci graças a uma rede informal de articulação do underground, por mil ramificações, que se solidificou no canal do italiano Teddy Gibins.
Desde o final da década de 70, para não dizer desde sempre, o underground tem desenvolvido estratégias particulares de desenvolvimento e com o advento da web temos o desenho de uma rede bastante singular de sustentação. Se não fosse por esta rede, como veremos na conversa abaixo, é bem possível que Endless dreams, como ademais diversos outros álbuns, não existisse – visto que ele foi lançado, de modo 100% independente, sem o apoio de qualquer selo ou gravadora, mas não está em lugar nenhum, isto é, por falta de recursos não está sediado em um site de hospedagem, como a Bandcamp.
Na conversa abaixo, realizada via chat por FB, vamos conhecer mais um pouco sobre os ‘sonhos infinitos’ de P.
GM: Podemos começar com o título do projeto?
P. : Podemos sim. O nome Daydream surgiu há um tempo, antes mesmo deu começar a colocar em prática o projeto em si, significa Devaneio. Sabe, eu nunca fui um cara muito sociável, a Daydream é quase um sonho, uma Utopia digamos assim, para me distrair dos problemas dos quais eu tento fugir.
GM: Incrível.
Algo a ver com Sandman?
P. : Sim e não, Sandman sempre foi um dos meus personagens preferidos, incrível você citar ele, quando eu era pequeno, tinha diversos quadrinhos dele, mas bem, sim pela Daydream ser um capricho, um sonho meu, e não, por não influenciar em nada nas letras, e nem na proposta, pois com letras comecei há pouco tempo.
GM: De fato, vivemos em um mundo onde as referências se cruzam o tempo todo. Qual é a sua idade?
P. : Eu tenho 17 anos.
GM: Hã… vc está falando sério?
P. : Sim, 17 anos amigo… haha! Por que o espanto?
GM: Cara, estou de queixo caído…
Bem, voltando ao foco, eu conheci o Daydream graças ao YT, mais precisamente ao Teddy Gibins, um cara que eu considero um herói do underground. Como vc o conheceu?
P. : Bom, o Teddy sempre apoiou e continuará apoiando bandas novas (como o próprio me disse). Eu o conheci quando postou um projeto DSBM meu com um amigo da Bahia, outro grande músico, com quem aprendi muito, tanto no aspecto musical quando em mixagem. O projeto chama-se Selvmord, comecei a atuar sozinho após isso, Loser (Worros) se juntou a mim, bem, foi assim que tive conhecimento do canal do Teddy.
GM: Você poderia compartilhar conosco sua primeira memória musical?
P. : Olha, não é algo convencional, mas o primeiro musico que me interessou a ponto de ser fã, foi Joe Bonamassa, eu tinha meus 10 anos de idade, logo após comecei a me interessar por bandas de Rock e Metal e, com isso, com meus 15 anos, um tio me apresentou ao Black Metal, e foi algo surreal sabe, energia, sentimento, significado… Eu sempre fui afastado de todos, com o Black Metal isso passou a não importar muito pra mim.
GM: Quais estilos musicais você escuta atualmente? Você se julga uma pessoa mais fechada ou mais aberta?
P. : Me julgo aberto musicalmente, acredito que toda arte tem seu reconhecimento, qualquer música que passe sentimento às pessoas é válida. Os gêneros que mais escuto atualmente são o Post-Black Metal, Atmospheric Black Metal e música Celta (BM, Folk), acredito que os três gêneros dominam minha Playlist.
GM: Então, para que as coisas fiquem claras, antes do Daydream você participou do Selvmord [no Metal Archives constam 4 outras bandas/projetos com o mesmo título], é isso?
P. : Exatamente. Atualmente trabalho em outros 3 projetos, Uncaladon (Cosmic Black Metal), Oak (projeto acústico, não lançado ainda) e Spektral Agony (DSBM).
GM: No caso, vc está levando todos estes projetos paralelamente, algum está encerrado, algum tem prioridade, como vc lida com tudo isso?
P. : Bom, como disponho de pouco, eu tento conciliar tudo, minha prioridade é a Daydream e Uncaladon, a Spektral seria algo paralelo, eu apenas auxilio na produção, quem bola as letras é o Gabriel, que é, digamos, quem “empresaria a banda”.
GM: Bem, vamos nos focar no Daydream agora. Quanto tempo vc levou para ‘compor’ o álbum?
P. : No total foram 2 meses, desde criação das melodia até as letras.
GM: Hum… letras? [as 4 faixas são todas instrumentais]
P. : Sim sim, essa seria a parte que preciso explicar, a proposta inicial do projeto seria melodia e letra, mas enfim, aconteceu que eu decidi deixar as letras de lado e me focar apenas na melodia, assim como algumas bandas que me inspiram… Líam, Euphoria, etc.. gostei do resultado e decidi deixar do jeito que estava.
GM: Até o momento, Endless dreams foi lançado mas não tem um site, digamos. Pq?
P. : Por falta de investimento mesmo, estou a pouco de criar uma página na Bandcamp, apenas a Daydream, pq com os outros projetos já tenho esse auxílio de alguns produtores amigos. Como Daydream ainda não recebeu nenhuma proposta de lançamento físico, terei eu mesmo que criar um hospedeiro específico.
GM: Mas vc também não pensou em disponibilizar o álbum gratuitamente, até o momento.
P. : Não, ainda não tive tempo de upar em algum lugar, talvez mês que vem faça isso, exatamente por ter 17 anos o tempo se torna corrido e disputado entre trabalhos escolares e cursos.
GM: Com certeza!
Compôr um álbum em dois meses é feito e tanto!
Eu estava justamente em vias de te perguntar sobre vocais quando, poucos dias atrás, o Teddy postou a nova faixa.
Você já está compondo material para o próximo título?
P. : Sim, já estou em processo de produção, talvez demore um pouco mais, por conta do capricho que tenho, se eu não gostar de uma coisa eu recomeço tudo do zero, mas anda correndo tudo bem, até já tem nome e arte para meu próximo trabalho.
GM: E você gostaria de adiantar isso para o público ou prefere guardar segredo?
P. : Claro, será intitulado Nostalgie, a arte já está disponível aqui na página, e pela primeira vez terá algumas faixas com vocais
GM: Antes de passar para o próximo tópico eu gostaria de saber um pouco sobre o seu processo criativo, como as coisas acontecem?
P. : Eu não sei bem explicar como surgem algumas de minhas ideias, eu sou um pouco sensível ao sentimento humano, desgraça, sofrimento, saudade e como o próprio nome sugere, Nostalgia. Não é difícil achar tais sentimentos hoje, numa sociedade que maltrata à si mesmo, então eu simplesmente sento e espero surgir algo que expresse isso, quando não dá certo eu simplesmente adio um dia, é o necessário para que tudo volte a acontecer e fluir minha música.
GM: Parece algo intenso e verdadeiro.
Do ponto de vista técnico, como funciona? Vc tem um quarto de música?
O que vc grava primeiro?
P. : Infelizmente meus recursos são poucos, então o que tenho é um computador, uma guitarra e um violão, a mixagem se dá pelo Fl Studio. Primeiro eu gravo a bateria, que no Endless Dreams foi inteiramente micro-fonada, um amigo me emprestou sua bateria para eu trabalhar, no novo trabalho sairá algo programado com vst, infelizmente.
GM: Cara, tá tudo ótimo, não se preocupe.
Bem, um passo adiante: música.
Vc compra muita coisa, baixa muita coisa, como é? Você curte cd, tape, vinil, como vê essa questão da relação com a sonoridade?
P. : Eu baixo muita coisa, eu conheço muito coisa, eu compro cd’s que mais gosto, de bandas que mais gosto, vinil não sou muito ligado, agora tape, eu acho bem interessante, tenho 2 até agora, Eternal Sorrow e Burzum, com toda certeza eu tento encaixar alguma partícula desses trabalhos na minha música.
GM: Post metal não é exatamente um gênero muito popular. Particularmente, eu diria que sua sonoridade se encontra em um bom meio termo entre a harmonia e desarmonia, a suavidade e aspereza. Vc acredita que no futuro irá explorar alguma outra dimensão, irá caminhar mais para uma dimensão do que para outra?
P. : Creio que sim, apesar de gostar muito de mesclar os dois aspectos, a calmaria do Shoegaze/Post Rock me chama bastante atenção, porém o propósito da Daydream pede não apenas isso, mas também a agressividade do Black Metal, que mesclado a isso gera algo interessante.
GM: Quais são suas perspectivas de projeção junto ao público, vc gostaria de ser conhecido por muitas pessoas, se tornar um mega projeto, como talvez Alcest ou Russian Circles, ou prefere permanecer mais obscuro e underground?
O que o próprio termo underground sugere para você?
P. : Eu sou músico, ou pelo menos me considero um, reconhecimento sempre é bom, o que acontecer pra mim, eu vou gostar muito, seja um grande público, como o obtido por bandas conceituadas, ou obscuro como disse, em honra ao underground.
O termo underground pra mim sempre trás o que é contrário ao conceitual, uma coisa que não deva seguir os padrões instituídos, seja ele qual for.
GM: Discos são muito importantes para mim. Eu gostaria de saber qual é o disco que você mais escutou na vida, qual o que está escutando mais no momento e qual é o melhor álbum de 2015, até o momento, para você.
P. : Os discos que mais escutei na vida são dois, Blackwater Park (Opeth) e Köld (Sólstafir), e os que mais escuto no momento são Souvenirs d’un autre monde (Alcest) e Aokigahara (Harakiri for the Sky).
GM: Você gostaria de recomendar ao leitores alguma banda/projeto nacional obscuro que merece maior reconhecimento?
P. : Uma banda que recomendo a todos, que conheço e nunca deixo de citar, cujo trabalho me fascina, é a Bullet Course.
GM: Alguma mensagem que você gostaria de deixar para os leitores?
P. : Apenas “sem música, a vida seria um erro”, kkkk meio piegas sim, mas é verídico.
Com um pouco de sorte, como vimos, Nostalgie poderá vir a uma sombria luz do dia ainda em 2015. P. já lançou um ‘single’, que upado por Teddy Gibins, e você conferir aqui.
Caros leitores, atualizando o que escrevi sobre o lançamento do Ghost Bath alguns posts atrás, a gravadora alemã Northern Silence Productions realmente só lançou 420 cópias em vinil preto, agora chamadas de “full moon”, e 380 cópias em vinil branco, “new moon”, conforme vocês podem conferir no Discogs; mas foram produzidas ainda 100 cópias em vinil transparente, ‘fake moon’, e ainda mais 100 cópias em vinil branco e preto, ‘half moon’, totalizando portanto 1000 cópias. Essas duzentas cópias ‘adicionais’ foram vendidas apenas pela página da banda na Bandcamp e, claro, desaparecem rapidamente.
Apesar de, como já comentei, intencionalmente não ter escutado o álbum, li algumas entrevistas na web, inclusive uma em um site ligeiramente cômico chamado Toilet Ov Hell, onde o entrevistador afirmou que estaria disposto a pagar, aliás como muitos fãs, uma fortuna por um disco em vinil da banda. Acontece que a Northern Silence lançou o vinil por um valor muito razoável, a cópia branca por apenas um euro a mais do que a cópia preta – e agora vem a melhor parte para você que está lendo este post: os preços no Discogs [exatamente agora, a cópia mais barata no Discogs custa 64 euros, sendo que no site custa 14,90] e, provavelmente, no Ebay estão estratosféricos, mas você pode simplesmente entrar no site da Northern Silence e comprar uma cópia, NOVA, pelo preço de fábrica.
Vejam só o que o correio trouxe para mim hoje, diretamente do México: uma das poucas cópias física de um grande lançamento deste ano – o álbum Üksildus, do projeto Talv.
Como vocês podem observar pela última foto acima, este lançamento (four page panel) teve apenas 25 cópias e no o site do projeto consta a promessa de uma versão com 6 páginas [1] – e a julgar pelo capricho da produção e pela beleza da arte creio que serei obrigado a comprá-la também…
Talv é o projeto de A. – que desenvolve um black metal experimental com fortes elementos de shoegaze. Sua sonoridade lembra o projeto português Black Cilice e a capa do cd não poderia ser mais apropriada: você realmente vai se sentir no meio de um nevoeiro, desorientado e confuso ao escutar este disco. Os vocais são completamente incompreensíveis, em um misto de assovio, uivos e lamentos distantes encobertos por muita distorção e camadas de riffs entorpecentes. A cópia física do álbum traz ainda uma faixa bônus não disponível na versão digital.
Você pode escutar o álbum em stream na página do Talv, via Bandcamp, fazer um download pago ou aguardar a próxima edição física. Como não existe muita informação sobre o projeto na web, creio que seria incrível obter uma entrevista, não? Vamos tentar a sorte!
[1] – entre o momento em que comprei o meu exemplar e a data deste post a segunda prensagem já havia sido lançada, com 66 cópias. https://www.facebook.com/misanthropiarecords